Neste mês, em comemoração ao Dia do Idoso, que ocorreu no último dia 01 de Outubro, dei uma entrevista para o Jornal Rudge Ramos On line, da Univesidade Metodista de São Paulo.
Confira a notícia abaixo:
Interação social proporciona melhoria na qualidade de vida da terceira idade
Em contrapartida, jovens se tornam sedentários e se refugiam no mundo virtual.
Entrevista feita por: KARINA BERTOLLA, PAULA FRANCO e TATIANE GILLIOLI
Era uma vez uma pacata senhora que ficava horas sentada em sua cadeira de balanço na varanda esperando o bolo assar e vendo a vida passar. Um belo dia, a vovó se cansou, tirou a manta dos joelhos, colocou seu vestido mais brilhante e foi pro baile. Enquanto isso, o netinho nem percebeu que a vovó saía de casa, pois estava concentrado na jogada virtual do argentino Lionel Messi no Playstation 3.
Essa é uma história que, cada dia mais, deixa de ser um conto da carochinha ou um capítulo de livro de autoajuda. Homens e mulheres com idade superior a 60 anos começam a sair de casa e se reunir em centros de convivência, onde são oferecidos serviços de lazer e saúde.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2008 o Brasil registrava cerca de 21 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, representando 11,1% da população.
Além disso, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em abril de 2008, revelou que 82% dos brasileiros com mais de 60 anos considera a saúde como um dos aspectos mais importantes da vida. O Datafolha entrevistou 1.238 pessoas em140 municípios do país.
Segundo a fisioterapeuta Cristina Ribeiro da Silva, especialista em Gerontologia pela UNIFESP (Universidade Federal de SP), a prática de atividades físicas na terceira idade traz muitos benefícios.
“Os exercícios podem propiciar uma melhora no estado geral (do idoso), uma diminuição no uso de medicamentos, melhora na vitalidade, disposição, autoestima, enfim, um aumento no estado de bem-estar e felicidade”.
Por outro lado, a estudante Aline Bismarck dos Santos, 13, trocou sua inaptidão esportiva pelo envolvimento no mundo cibernético, opção que não recebe o aval de seus pais, Rosely e Adeilton, e seu irmão, Pedro Henrique. Ao contrário de Aline, seus familiares são esportistas natos: praticam futebol, judô, natação, basquete, tênis e vôlei, e são muito envolvidos com atividades físicas.
Um exemplo de como a interação social muda o cotidiano de pessoas com mais de 60 anos é a história de Luzia Gomes Francisco, 75. Há quatro anos, ela frequenta os bailes dominicais do CRI, desde que ficou viúva. “Eu vivi com meu marido 48 anos. Ele não gostava de baile. Depois que ele morreu, as minhas amigas falaram sobre o baile e eu comecei a vir”, disse.
Com a nova turma, a viúva viaja - “Eu gosto de viajar muito! Agora nós vamos no dia 17 (de outubro) pra Guararema (interior paulista)” - e conhece outros bailes pela região do ABC, como o chamado Corinthinha, em Santo André.
Alegre e risonha, dona Luzia fez novos amigos e até encontrou um novo amor, 12 anos mais jovem: “É legal pra caramba. Adoro ele.”
Diferentemente da senhora de 75 anos, Aline dedica boa parte do tempo ao Twitter; conversas com amigos no MSN, ao seu blog, e a aulas de inglês.
A professora de Educação Física Juliana Paes Garcia, 25, explicou que os idosos e os jovens realizam atividades físicas por motivos diferentes. A maturidade faz exercícios por indicação médica, e depois por prazer. Já os mais novos, quando praticam, buscam o culto ao corpo perfeito, “sem grandes preocupações com a saúde”.
Em São Bernardo, o Centro de Referência do Idoso (CRI) oferece atividades como aulas de dança, tratamentos estéticos, palestras sobre saúde e bem estar, além de diversas apresentações culturais e bailes, gratuitamente.
Com a criação do Estatuto do Idoso, em 2003, os órgãos públicos foram obrigados a criar oportunidades para inserir a terceira idade em programas de educação, lazer, cultura e esporte.
Para Juliana, o sedentarismo do jovem está ligado a um estilo de vida adotado desde a infância, em que a pouca mobilidade física é estimulada pelos avanços tecnológicos: “Vivemos em uma sociedade totalmente diferente da dos nossos pais e avós, uma vida cheia de tecnologias e facilidades, o que estimula um comportamento hipocinestésico (diminuição dos movimentos musculares) entre os jovens”.
Mesmo ficando horas sentada em frente ao computador, a jovem ainda mostra preocupação com seu futuro: “Me preocupo sim, morro de medo de ficar velha enrugada, feia e doente! Nunca parei pra pensar que se não praticar um esporte, ou fazer algum exercício físico, isso pode me prejudicar no futuro”, disse a adolescente.
Esta notícia está disponível em: http://www.metodista.br/rronline/noticias/comportamento/2010/10/interacao-social-proporciona-melhoria-na-qualidade-de-vida-da-terceira-idade/?searchterm=interação%20social
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