24 de fev. de 2012

Estudo do New York Times faz entrevista com 1000 idosos

Muitas pessoas se questionam sobre-qual é a fórmula para alcançar a verdadeira felicidade –se é que isso de fato existe?

Ainda que sem pretensões de elucidar a intrigante questão, Karl Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Cornell University, resolveu dedicar-se à busca de informações a este respeito.

Seu novo livro, “30 Lessons for Living”, é uma compilação de mais de 1.000 entrevistas realizadas com idosos de diferentes níveis econômicos e educacionais, destinadas ao objetivo de informar, sobre o que eles fizeram de certo ou errado em suas vidas.

A cobertura do estudo, realizada pelo New York Times, inclui uma galeria que reúne depoimentos em vídeo, onde é possível assistir aos idosos destilando suas preciosas sabedorias. Para quem ficou curioso, aqui vai um breve resumo:
O que os idosos dizem sobre:

Carreira dentre os 1.000 entrevistados, nenhum (eu disse nenhum) considerou que a felicidade estaria associada ao trabalho excessivo que rendesse dinheiro suficiente para comprar o que quer que fosse. Segundo um ex-atleta profissional de 83 anos, “o mais importante é ter um emprego que constantemente te faça ficar ansioso para trabalhar no dia seguinte”. Outra dica importante é resistir à armadilha de ascender profissionalmente a partir de um cargo que, apesar de mais lucrativo, te afaste de fazer o que você realmente gosta.

Casamento – ainda de acordo com o estudo, obter um casamento satisfatório, destes que se estendem por toda uma vida, estaria associado à capacidade que o casal desenvolve de contornar suas dificuldades através do diálogo, bem como de saber ceder quando é preciso. Apesar do envolvimento romântico ser o principal fator para aproximar pessoas, o que as mantém juntas por muito tempo é, sobretudo, o respeito mútuo e o sentimento de amizade.

Paternidade – é preciso tomar cuidado para que as demandas do mundo atual e os objetivos profissionais impactem negativamente a vida dos filhos. Aprenda a passar tempo com eles, dizem os idosos, fazendo o que gostam, e não o que você julga ser o mais adequado. Esta seria a receita para detectar possíveis problemas e disseminar valores sólidos. Disciplina é importante, mas castigos físicos dificilmente geram qualquer benefício.

Envelhecimento – “Ao invés de rechaçá-lo, o abrace. Envelhecer é tanto uma atitude quanto um processo”, disse uma mulher de 80 anos. Um conselho dos idosos abordados na pesquisa: “Não gaste sua juventude se preocupando em tornar-se velho”.

Para a maioria dos entrevistados, cada década e cada idade trazem oportunidades inéditas, sendo que o mais importante é manter-se aberto para contatos sociais e sempre estar disposto a aprender algo novo.

Sobre o tema, uma senhora de 92 anos declarou: “acho que sou mais feliz agora do que em qualquer outro momento da minha vida. Coisas que sempre me preocuparam deixaram de ser importantes, ou se tornaram menos importantes”.

Arrependimentos – “Seja sempre honesto”, é o conselho dos idosos para evitar remorsos dolorosos e duradouros. Tire proveito das oportunidades e aceite todos os desafios que a vida puser em seu caminho.

E viaje sempre, o máximo que puder, sem deixar para fazê-lo apenas quando tiver uma melhor condição financeira, filhos crescidos ou maior estabilidade profissional. Na visão dos entrevistados, viajar é tão recompensante que deveria ser priorizado em função das coisas em que os jovens normalmente costumam preferir comprometer seus orçamentos. A dica é fazer uma lista dos destinos dos sonhos e ir os riscando a medida em que as viagens forem se concretizando.

Felicidade – quanto a este aspecto específico, talvez o mais importante entre todos os pesquisados, a abordagem aos idosos participantes do estudo apontou uma conclusão praticamente unânime, sintetizada nas palavras de uma senhora de 75 anos: “você não tem qualquer influência sobre as coisas que te acontecem ao longo da vida, mas pode ter controle absoluto sobre a forma de reagir a elas”. Ser feliz, portanto, seria uma escolha consciente.

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